...O mais antigo coreto da praça ficava bem em seu centro, tinha uma cúpula metálica, lembrando estilo oriental; era alto e tinha, à volta, uma cercadura de madeira. A banda ali tocava, sob a batura do maestro Novais.
Celio Pinheiro/Odette Costa
1924 traz sangue, tristeza e discórdia para Araçatuba.
Hermilo Magalhães, nosso novo prefeito, era homem bom e batalhador, que não se preocupava muito com as rixas internas que dividiam a cidade, e dedicava-se mais aos problemas administrativos. Ele estava iniciando a construção da Praça Rui Barbosa.
Com a revolução de 9 de julho de 1924, os grupos que antes já não se entendiam, desavieram-se ainda mais. A polícia foi recolhida a São Paulo, e ficou determinado que para fazer a guarda da cidade, seria destacado, alternadamente, um grupo de Guilherme, outro do grupo de Toledo. O grupo do último, da Rural, estava do lado de Izidoro Dias Lopes, e o outro era fiel ao governo do Estado, que na época estava nas mãos de Carlos de Campos. Fracassada a revolução, chega até nós a notícia de que Izidoro abandonara São Paulo e se dirigia para a Sorocabana. O grupo do Coronel Guilherme estava na rua e o outro se recolhia. Eram oito horas da noite. O Dr. Jacinto de Barros encontra na Praça Rui Barbosa o Damião, que o insulta, erguendo a bengala para agredi-lo. Jacinto não reluta. Saca de seu revólver e acerta Damião no pescoço. Fomos socorré-lo, eu, André Risolia e o Dr. Heitor, levando-o a uma farmácia e aplicando-lhe os primeiros curativos. A noite, que se iniciava trágica, reservava tragédia maior para logo depois. Hermilo Magalhães voltava para casa quando, ao atravessar a Praça Rui Barbosa, foi cruel e barbaramente assassinado pelas costas, por três indivíduos tocaiados atrás do coreto, dois de carabina e um de revólver. Eram eles os carabineiros, jagunços de muitas mortes, João Alves e seu cunhado José de Araújo, acompanhados do pistoleiro Armando Pedrásio. Os três atiraram, e a crueldade do crime trouxe a toda a população uma onda enorme de revolta, que atingiu inclusive os adversários políticos do bom e honesto prefeito.
A Verdadeira Hisória de Araçatuba:
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Aureliano Valadão Furquim em 1939 solenemente inaugura o Estádio Dr. Adhemar de Barros, por cuja construção trabalhava arduamente. O Sr. Interventor esteve presente à inauguração e foi um dia maravilhoso e inédito para o povo. O programa preparado pelo prefeito e seu povo foi brilhante, deixando na memória de todos a lembrança inapagável dessa festa indescritível. Vale a pena tentar reviver para os araçatubenses de hoje alguns pontos que marcaram essa data. Na estação local, onde o Dr. Adhemar foi recepcionado, presente toda nossa população estudantil, discursou o Dr. Diogo Júnior; em nome do Sindicato dos Operários de Araçatuba falou Dioclécio de Oliveira Cabral. Na inauguração do retrato de Sua Excelência no Salão da Prefeitura, foi brilhante orador o Dr. Henrique de Carvalho. Adhemar visitou a Santa Casa, serviço de abastecimento de água no Baguaçu, fez o lançamento da pedra fundamental do Posto de Higiene e do Instituto de Assistência e Proteção à Infância, visitou o Ginásio do Estado e inaugurou o Estádio Municipal que levava o seu nome. Falou nessa oportunidade o Dr. Ricardo Vagner, que exaltou o espírito realizador do Dr. Valadão. À noite foi oferecido à Sua Excelência um banquete no Araçatuba Clube, do qual participou a população da cidade. Araçatuba mereceu, nessa ocasião festiva, por parte divulgar exaltação, que julgamos digna de ser aqui transcrita:
"Só vivendo com Araçatuba à tarde, à noite e de manhã, como estamos vivendo Antônio Moura Andrade e eu, seria possível medir a profundidade da alegria desse povo pela presença do Interventor de São Paulo no seu seio.
Para que se avalie a espontaneidade desse júbilo, é preciso salientar que Araçatuba, a última grande cidade do Noroeste paulista, com 16.000 habitantes, 1.200.000 arrobas de algodão, 30.000 cafeeiros, serviço de água e esgotos, calçamento, ginásio, Santa Casa, Clube de Regatas, etc, jamais viu um governador de Estado ou Interventor Federal. O Sr. Adhemar de Barros é primeiro chefe do executivo a vir visitá-la, e por aí se pode medir a intensidade da satisfação do povo araçatubense, identificado com este interventor amigo que lhe estende a mão e aperta contra o peito para sentir a pulsação.
A recepção em Araçatuba excedeu as nossas expectativas. Nunca vi em cidade do interior desfile como o que presenciei ontem nesta cidade. Perto de três mil crianças desfilaram em sua homenagem, e a população viveu grandes momentos de contentamento. Observei que nesta cidade o espírito coletivo deve ser encorajado, quando se trata de necessidade do município. Não vi dentro de Araçatuba nenhuma voz contra o prefeito Valadão Furquim.
Fabriciano Juncal, 1973
"Só vivendo com Araçatuba à tarde, à noite e de manhã, como estamos vivendo Antônio Moura Andrade e eu, seria possível medir a profundidade da alegria desse povo pela presença do Interventor de São Paulo no seu seio.
Para que se avalie a espontaneidade desse júbilo, é preciso salientar que Araçatuba, a última grande cidade do Noroeste paulista, com 16.000 habitantes, 1.200.000 arrobas de algodão, 30.000 cafeeiros, serviço de água e esgotos, calçamento, ginásio, Santa Casa, Clube de Regatas, etc, jamais viu um governador de Estado ou Interventor Federal. O Sr. Adhemar de Barros é primeiro chefe do executivo a vir visitá-la, e por aí se pode medir a intensidade da satisfação do povo araçatubense, identificado com este interventor amigo que lhe estende a mão e aperta contra o peito para sentir a pulsação.
A recepção em Araçatuba excedeu as nossas expectativas. Nunca vi em cidade do interior desfile como o que presenciei ontem nesta cidade. Perto de três mil crianças desfilaram em sua homenagem, e a população viveu grandes momentos de contentamento. Observei que nesta cidade o espírito coletivo deve ser encorajado, quando se trata de necessidade do município. Não vi dentro de Araçatuba nenhuma voz contra o prefeito Valadão Furquim.
Fabriciano Juncal, 1973
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